Transferência de escola causa revolta e preocupação em pais, estudantes e professores em Elói Mendes, MG
01/12/2024
Estudantes da Escola Estadual São Luiz Gonzaga serão remanejados para o prédio Escola Brasileira Alves Pereira. Mudança acontece após a prefeitura, que é a dona do espaço, pedir a unidade de volta para o Estado. Transferência de escola causa revolta em pais e estudantes em Elói Mendes
Alunos, pais, professores e servidores da Escola Estadual São Luiz Gonzaga, em Elói Mendes (MG), estão preocupados com a transferência da instituição de ensino para outro prédio. A mudança partiu após a prefeitura, que é a dona do espaço, pedir a unidade de volta para a Secretaria Estadual de Educação. A decisão gerou protesto e até uma audiência pública na Câmara de Vereadores.
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A Escola Estadual São Luiz Gonzaga tem atualmente mais de 400 estudantes, segundo a direção. A partir do ano que vem, todos serão remanejados para a Escola Brasileira Alves Pereira.
A Secretaria de Educação do Estado afirmou que o prédio da escola é cedido pela prefeitura, que solicitou a devolução do espaço ao Estado. Em 2020, um termo de permissão de uso do prédio foi firmado entre a prefeitura de Elói Mendes e a Secretaria de Educação do Estado. O documento estabelece um prazo de vigência por 20 anos, mas uma das cláusulas permite a rescisão do acordo a qualquer momento
"Isso aí vai gerar um impacto emocional muito grande. Os professores estão muito frustrados porque não levou em consideração a gente, a nossa opinião, as famílias não foram informadas. [...] Não comporta esse mundo de alunos grandes, entendeu? Os tetos lá são muito baixos, a cozinha não comporta para fazer merenda para isso tudo porque é simplesmente um corredorzinho. O nosso equipamento aqui não vai caber lá, porque nós temos fogões industriais, nós temos freezers, geladeiras. Tem que se pensar muito, não é só o chão, o físico, é o emocional, o psicológico, tanto de alunos quanto de professores também", afirmou Maria Amélia Porto Balbino, supervisora pedagógica da escola.
Transferência de escola causa revolta e preocupação em pais, estudantes e professores em Elói Mendes, MG
Reprodução/EPTV
Para o professor Waldemir, a mudança vai impactar nos empregos dos funcionários contratados e até dos concursados.
"Para os efetivos, o que vem passado para a gente é que não vai perder o emprego, mas ocorre uma insegurança com relação aonde esses professores serão alocados, de acordo com a distribuição das aulas. Então pode haver uma mudança. O pessoal que é contratado, provavelmente muitos desses cargos deixarão de existir, não só os professores, mas os demais servidores da escola, o pessoal da secretaria, o pessoal de recursos humanos, é toda uma cadeia, né", contou Waldemir Martins Filho.
Na noite desta quinta-feira (28), professores, estudantes e pais manifestaram pelas ruas da cidade. Eles caminharam até a Câmara Municipal, onde participaram de uma audiência pública com os vereadores.
"Penso que vai prejudicar muito o ensino, não só dela, mas de outros alunos também que tem, que está estudando na instituição. Isso vai ser pauta para prejudicar todos, não só ela, mas todos", disse Fabiano Cândido de Oliveira, pai de aluna e pintor.
Escola Estadual Brasileira Alves Pereira, em Elói Mendes (MG)
Reprodução/EPTV
A Mirian tem um filho com o Transtorno do Déficit de Atenção. Ela tem medo da adaptação dele em outra unidade.
"Ele melhorou bem aqui. Aí vai para outra escola que a gente não sabe qual. Para eu começar tudo do zero de novo com o meu menino não dá. E ele chegou até chorando em casa, porque ele gosta muito daqui", afirmou Mirian Beatriz de Oliveira, dona de casa.
O que dizem os envolvidos
A Câmara Municipal de Elói Mendes disse, após audiência, que foram feitos pedidos de informações para a prefeitura e para as escolas envolvidas. Também foi marcada uma reunião com o Ministério Público.
O prefeito atual, Paulo Roberto Belato Carvalho, do PV, afirmou em nota que o pedido de devolução do prédio não partiu dele, que há recursos suficientes para o pagamento do aluguel, onde hoje funciona a Prefeitura e que não seria necessário pedir de volta o imóvel que já foi cedido ao Estado.
A vice-prefeita eleita para o próximo mandato, Bebeth Valias, do PSD, afirmou que a futura administração pediu prédio de volta. Segundo ela, para economizar com o valor do aluguel onde a prefeitura está hoje e que se junta ao de uma empresa que também hoje guarda os arquivos municipais em Varginha, uma vez que o prédio alugado não tem espaço.
Disse também que a prefeitura vai dar apoio para a mudança e que os alunos e professores vão ser beneficiados, pois vão para um local que é de fato uma escola, já que hoje eles ficam no prédio da antiga prefeitura.
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