Clima, produção, estoques e preço: veja quais são as perspectivas para o desempenho da cafeicultura em 2025

  • 02/01/2025
(Foto: Reprodução)
De acordo com os últimos dados divulgados pela CONAB, Minas produziu na última safra pouco mais de 28,6 milhões de sacas de café, uma redução de 3,4% em relação à colheita anterior. Professor de economia rural da Ufla fala sobre o que esperar da cafeicultura em 2025 O ano que passou foi desafiador para a cafeicultura na região. Estiagem prolongada, temperaturas altas, chuvas mal distribuídas impactaram na produção. De acordo com os últimos dados divulgados pela CONAB, a Companhia Nacional de Abastecimento de Minas Gerais, Minas produziu na última safra pouco mais de 28,6 milhões de sacas de café, uma redução de 3,4% em relação à colheita anterior. 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp Então, o que esperar do setor em 2025? Para responder essa e outras perguntas, o EPTV 1 entrevistou o professor de Economia Rural da Universidade Federal de Lavras, professor Renato Fontes. Segundo o especialista, os impactos climáticos sofridos nas lavouras no último ano poderão impactar na próxima safra. Clima, produção, estoques e preço: veja quais são as perspectivas para o desempenho da cafeicultura em 2025 Ari Melo "A cafeicultura, como toda produção de comodities, a indústria a ser aberta, depende muito do clima. Então o clima é um dos fundamentos principais do desenvolvimento produtivo de qualquer lavoura de criação de animais. No caso da cafeicultura, a gente teve esse problema climático muito sério, uma seca muito forte, principalmente na época de floração, na época que precisava das chuvas para que a próxima safra vingasse ou pegasse nos cafezais, e a gente teve esse problema, ou seja, uma estiagem muito grande. Então com isso vai afetar com certeza o processo produtivo da árvore, do pé de café", disse o especialista. "Então é um indicativo, é uma tendência de uma produção aquém da possibilidade, exatamente por essa questão climática. Ou seja, menor oferta para o mercado de café, não só no Brasil, mas também no mercado internacional". Ainda segundo o especialista, a bienalidade da produção, com 2025 sendo um ano de safra mais baixa, indica que os preços do café arábica deverão se manter altos. "O mercado é muito dinâmico em relação a essa quantificação da safra. E isso refletiu aí nos preços recordes nominais, né? Preços nunca vistos em termos em reais e em dólar também no mercado internacional. Exatamente porque o mercado ele analisou, viu que vai acontecer esse problema de produção no Brasil, ele já vinha com uma diminuição da oferta do café robusto ocasionado lá no Vietnã, somando-se essa questão da produção aqui no Sul de Minas, aqui no Brasil", disse o especialista. "O mercado é esperto, ele é inteligente, ele trabalha no fundamento de oferta e demanda. E menor oferta, ou seja, menor produção, isso precifica valores mais altos para a saca do café. Então, o mercado trabalha de maneira dinâmica. Então, isso é o reflexo de uma produção menor". Clima, produção, estoques e preço: veja quais são as perspectivas para o desempenho da cafeicultura em 2025 Reprodução EPTV O professor também falou sobre a atual situação dos estoques de café, que ajudam a regular o preço. "A gente tem que entender que o estoque é uma produção latente, ele é uma produção que já aconteceu e está guardada disponível no mercado. Em termos de estoques mundiais, vamos dizer que o estoque hoje está no nível médio, não tem nada de excepcional uma quantidade além do que se trabalha, ou seja, os estoques estão numa informação fundamental normal, ou seja, nada além do que deveria estar. Então, isso também é um sinal de quê? de qualquer problema na produção futura de café, não só no Brasil, mas também no mercado internacional, na produção internacional, o estoque ele tem, mas ele não é suficiente para bancar uma outra quebra grande de safra nos países produtores", explicou. O especialista falou ainda sobre qual deverá ser o comportamento daqueles produtores que possuem café estocado. "Para quem tem o café guardado, vamos dizer, que não realizou nenhuma venda futura, ele tem uma preciosidade nas suas mãos. Então, como eu disse, o café está com preços ou recordes nominais, em torno de R$ 2,2 mil, R$ 2,1 mil, uma saca de café. Então, é o momento para que ele comece a se preocupar em fazer caixa futuro. Porque na questão do mercado das comodities europeu, no caso do café, se encaixa, a gente sabe que uma situação de lucro super normal, ou seja, onde o preço de venda é superior a qualquer outro investimento, inclusive o custo de produção do café, isso não se sustenta no médio longo prazo, porque você vai estimular a oferta numa produção futura e os preços tendem a recuar". "Então nesse momento, nesses patamares de preço, para quem tem café é um momento ideal dentro do seu processo de gestão administrativa, análise custo e receita, ele já começar a colocar um dinheiro no bolso, ou seja, aproveitar esses melhores preços e continuar fazendo a sua receita ideal, mesmo que ele não use no processo produtivo. Ele faça investimentos financeiros com esse dinheiro, mas é uma reserva que ele vai ter, principalmente na época da colheita dessa nova safra que vai entrar agora em 2025", completou o especialista. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/grao-sagrado/noticia/2025/01/02/clima-producao-estoques-e-preco-veja-quais-sao-as-perspectivas-para-o-desempenho-da-cafeicultura-em-2025.ghtml


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